Reflexo



ATENÇÃO: esse texto não tem nenhuma relação comigo ou com minha realidade. A ideia surgiu na minha cabeça há uns dias e só hoje tive condição de escrevê-lo. Por isso, não levem à sério o que está escrito. É tudo ficcional!!! 




Respirou fundo e começou a falar:

-Faz tempo que quero conversar a sós com você, mas sempre fugíamos uma da outra. Ainda bem que hoje pudemos nos encontrar. Peço paciência e atenção a tudo que direi.

“Sobre o que quero conversar? Sobre você, é óbvio. Sobre o quanto você é fraca, imbecil, estúpida, covarde e dependente de tudo e de todos. Por que você é assim?! Por acaso faz essas coisas para chamar a atenção de quem não te conhece? Porque só essas pessoas têm pena de você, porque eu não tenho mais. Seus amigos não têm mais. Eles têm nojo de você, receio. Nem chegam mais perto.

“Mas você sempre foi assim não é? Sempre quis ser o centro das atenções, sempre quis ser a melhor em tudo, exibindo-se a todos que queriam ver. Mas ninguém mais quer isso! Já se cansaram dos seus shows.

“Ora, pare de ser fingida e limpe essas lágrimas. Não vou mais acreditar em mais uma de suas atuações. Você é mesmo uma imbecil, hipócrita! Quando a pessoa que mais te fez bem te deu tudo o que você queria, você esnobava. Agora que quebrou a cara e está toda ferida, vai tentar voltar chorando?! Poupe-o! Poupe o tempo de vocês dois. Não há mais volta.

“No começo você era legal, fofa, simpática, engraçada e conseguia a amizade das pessoas com muita facilidade. Mas aos poucos você foi mostrando sua verdadeira face. Uma face suja, corroída, repugnante. Foi manipulando um a um, fazendo-os te presentearem, elogiarem, gostarem de você. Para quê?! No final você sempre pisava em cima de todos. E agora aqui está o resultado: você está sozinha! Nem sua família quer você.

“Por que você não faz um favor ao mundo e se mata de uma vez? O quê? Ah, claro, você não tem coragem. Nada mais óbvio. Covarde... você deveria pensar que sua inexistência deixaria todos felizes, despreocupados. Afinal, se você estivesse morta, não poderia roubar, mentir, fingir ou maltratar o sentimento dos outros.

“Mas o que eu realmente gostaria de entender é: por que você começou a agir assim? Ou melhor: para quê?! As pessoas poderiam ter sido conquistadas pelo seu sorriso, pela sua inteligência, e não pela sua maldade. Você poderia ter sido feliz. Poderia ter feito os outros felizes também. Não seria difícil se você parasse por um instante e olhasse as pessoas ao redor.

“Só que agora é tarde demais não é mesmo? Eu sinto muito por não ter conseguido te ajudar. Poderíamos ter sido mais amigas. Eu queria ser sua confidente, sua companheira, mas nem isso eu consegui. Tudo o que você me deu foram olhares vazios, sem brilho, e um sorrisinho irônico sempre que nos encontrávamos.

“Acho que falei tudo o que queria. Agora estou até com vontade de vomitar de tanta raiva que sinto por você. Não sei como você tem coragem de se olhar no espelho todos os dias. Envergonhe-se. Crie juízo. Faça terapia. Peça ajuda a algum profissional, porque seu caso é sério.

“Você é uma psicopata.”

Limpou o rosto, deu um sorrisinho de canto de boca e saiu da frente do espelho. Teria de voltar à vida vazia e sem esperança que ela mesma preparara. 

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  1. Dear... eu tremi agora ein...
    Cara deu até vontade de chorar de tão... não sei, profundo e irônico que é esse texto.
    O que será que o nosso reflexo quer dizer pra 'gente toda vez que nos olhamos no espelho?
    Ficou MUITO Bom
    se cuida
    http://ondevaoasnuvens.blogspot.com

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  2. otimo texto. ta de parabens. ajudou muito^^

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  3. NOOOOSSA QUE TEXTO!
    qnts vezes o egoísmo aparece e não nos damos contas que estamos sendo egoístas? eu,eu,eu,eu...acho q o diferencial é o quão forte cada um pode ser para evitar q o nosso egocentrismo tome conta de nós. sempre o medo de nos ver sozinha, qnts atitudes, falas, deixamos pra atras para não correr o risco de afastar as pessoas que mais amamos?!

    excelente texto Dora, nem sei dizer qual o meu preferido *-*
    beijoos.

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  4. Muito bom texto, Dora.
    Em alguns nuances, me lembra Fernando Pessoa.
    Bem profundo, toques de ironia e sentí um certo misto de angustia, frustração, raiva e sei lá...
    Enfim, parabéns, menina!

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